sexta-feira, 25 de março de 2011

Vermelho de cochonilha um corante não muito próprio para vegetarianos

A natureza foi, e continua a ser uma boa fonte de substâncias que usamos como corantes, a alizarina referida no post anterior é um bom exemplo. O Homem, empiricamente, encontrou formas de extrair estas substâncias e de as usar. Mesmo sem saber as suas estruturas e propriedades, por tentativa e erro aprendeu a usá-las. Estes corantes naturais podem ser obtidos de plantas ou de animais.

Um exemplo de um corante, vermelho, obtido a partir de animais é o vermelho de cochonilha, ou carmim, Este é bastante utilizado em cosmética, como corante alimentar e ainda em  roupas. Extraído pelos mexicanos desde 1000 AC foi utilizado pelas civilizações asteca e maia e produzido quase exclusivamente em Oaxaca, por produtores indígenas. A cochonilha tornou-se mesmo, durante muito tempo, o segundo produto em valor exportado do México, superado apenas pela prata. O corante era muito consumido na Europa para onde foi trazido pelos espanhóis por volta de 1580

Após a Guerra da Independência do México, entre 1810 e 1821, o monopólio da produção de cochonilha chegou ao fim. Produções em larga escala começaram a ser feitas na Guatemala e nas Ilhas Canárias. A procura por cochonilha diminuiu ainda mais quando surgiu no mercado a alizarina e os corantes sintéticos, no entanto continua a ser produzida e utilizada.

O corante é obtido a partir dos corpos secos e esmagados da fêmea de um insecto a Cochonilha ou Dactylopius coccus. Este é uma praga de plantas, particularmente do cacto Opuntia coccinellifera. Os insectos têm 2 a 5 milímetros de comprimento e formam colónias nas folhas, raízes e frutos das plantas, sugando a seiva, inoculando toxinas e provocando manchas, definhamento e morte da planta. Actualmente a cochonilha é já criada  para a produção do corante. São necessários cerca de setenta mil insectos para se obter aproximadamente meio quilo de corante.

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