quinta-feira, 14 de julho de 2011

A função de um cientista também é comunicar.

Numa entrevista recente na revista Visão (5 de Maio)  a Jorge Calado, a propósito do lançamento do seu livro Haja Luz! Uma História da Química Através de Tudo:


Jorge Calado diz:

É o presidente nacional do Ano Internacional da Química. Qual o objectivo da comemoração?

Um deles é desmistificar os chavões à volta da Química. Tem coisas más? Sim. Mas também consegue resolver os problemas que cria. Está em tudo e interessa a todos. Há uma lado lúdico na Química, uma certa magia. Quer saber de que são feitas as coisas, mas também o que acontece quando se misturam duas substâncias. Podem aparecer coisas lindíssimas: um cheiro, cores, árvores de cristais. É um bom pretexto para brincar. Outro objectivo é realçar o papel da mulher. Faz cem anos que foi atribuído o Nobel da Química à Madame Curie - a primeira mulher a recebê-lo. Aqui esta é uma batalha ganha. Há mais mulheres do que homens em Química.

.......

Continua, no entanto, a haver um grande défice de cultura científica na sociedade portuguesa.

Esta deficiência não ocorre só entre a população pouco educada. Veja-se os políticos, por exemplo. A ignorância é uma coisa catastrófica. No mundo de hoje, cada vez mais as questões graves que se põem têm uma base científica. Quando as pessoas votam, devem saber como se posicionam os candidatos quanto a estes temas.
E há quem use a linguagem científica para falar em termos que ninguém percebe. E aí, quem ouve pensa "ah, este tipo sabe muito, nem eu o percebo". Não passar a mensagem é sintoma de ignorância. Por mais complicado que seja o assunto, é sempre possível explicá-lo. A função de um cientista também é comunicar.

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